Quais são os nossos valores?
Como
enfrentamos nossas dificuldades?
Estamos preparados para aceitarmos essa nossa condição
de ser homem?
E quanto ao mundo em que
vivemos, qual a nossa importância para ele e que importância ele tem para nós?
Como nos relacionamos com o outro e como nos
relacionamos conosco, com o nosso mundo interior?
Qual
o sentido da vida?
É
da nossa própria natureza humana, nascer, viver e morrer. E talvez, este
aspecto último, nos faça pensar em para quê e principalmente no porquê de
estarmos aqui vivendo no planeta, e ainda mais, convivendo com tantas outras
pessoas e o conflito a que isso nos leva.
A
condição de ser mortal vem carregada de um peso que, talvez o homem, embora
ciente, ainda não aprendeu conviver.
Ora,
como lidar com o fato de que após anos de existência no árduo exercício do
viver, deixaremos de existir, deixaremos de ser?
Penso
que, uma das questões que envolvem a problemática existencial, está exatamente
no fato de que, o homem se preocupa muito com seu futuro deixando muitas vezes
de lado o seu presente. A morte é um fato, não há o que fazer. Mas é justamente
o decorrer de nossa existência, que irá imprimir em nossa carne, a importância
do viver e seu real valor.
Talvez seja essa a grande diferença entre
deixar a vida passar e fazer a sua própria história. Não podemos fugir à nossa
essência. A resposta está em nós mesmos, somente nós poderemos responder aos
nossos mais difíceis questionamentos.
Como?
A razão constitui a característica da natureza humana. Não
podemos esperar dos outros, o que podemos fazer por nós mesmos. Nossa
existência cabe à nos, é da nossa responsabilidade. Se temos então esse
instrumento que nos constitui, a razão, por que então não usá-la da melhor
forma possível. Será que estamos assim tão acomodados e condicionados a só
receber e não questionar, a só engolir e não mastigar, que não conseguimos
enxergar os nossos reais motivos existenciais?
As informações nos chegam a todo o momento, mas o que
fazemos com elas, como as selecionamos e como vamos aproveitá-las para o nosso
viver, é o que verdadeiramente importa. Precisamos fazer uso dessa razão
crítica. Não podemos simplesmente aceitar a tudo que nos é ofertado. Temos que
separar o joio do trigo.
A relação que temos com o mundo, nos coloca numa posição de
subjugar o outro e ser subjugado por ele. Estamos sempre reduzindo o outro à
nossa razão e vice e versa. Se ele está relacionado com os meus conceitos, com
os meus conhecimentos, então, eu o reconheço e o identifico. Quão egocêntricos
e mesquinhos somos ao viver por esse prisma!
Será que para sermos um indivíduo precisamos de tantas
aquisições materiais? Até que ponto nosso bem estar, nossa felicidade, estão
intrinsecamente condicionados ao ter?
Acredito que a vida vá muito além de tudo isso que nos é
imposto, de tudo isso que querem que acreditemos que precisamos ter, para
depois ser.
É o cuidar de si próprio, é o voltar às suas origens, é
respeitar a sua essência para então assim, aceitarmos o outro, a partir de suas
diferenças e o reconhecermos como igual em nossa condição: a de ser humano!
Flávia Lobatti
Flávia Lobatti
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